(Stop Complaining and Work, but it is) Pergunta-me o Douglas - um escocês que está aqui em Londres a trabalho - se eu sinto falta de Portugal. Claro que sim. Sinto muita, muitas vezes. Mas também gosto muito de viver cá. Quando eu digo, Gosto, não estou a mostrar o quanto pertenço a este sítio. Para se ser de um sítio, tem de se ser também capaz de dizer mal desse sítio. Numa cidade é mais fácil sentirmo-nos em casa. Podemos queixar-nos dos preços das casas, dos atrasos dos transportes públicos, de como um pequeno nevão é suficiente para fazer parar os comboios, do calor no metro, da falta de condições para as crianças ou do barulho das crianças, das construções que despejam emigrantes ou dos outros emigrantes que ameaçam o nosso espaço. Já na relação com o país, o estado e a nação, a coisa é um pouco diferente. Questionar os símbolos e a história de um país, ou votar para as eleições legislativas são prerrogativas de um cidadão de pleno direito. Para um emigrante se torna...