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The boy and the soldiers

Sitting on the riverbank I watch what floats by. The stream brings a child sitting on a hospital bed. He must be 12, about my son’s age. A bandage hangs from his left shoulder where his arm should be. He cries conpulsively, in a foreign language, so I can only imagine what he is saying. His wailing reminds me of phantom pain, and the tearful words seem to mourn the sudden amputation of his childhood, possibly performed without anaesthetic. But then I realise that his cries may refer to a deeper pain. Maybe the blast that took his arm also took his mum. Maybe all his family, as many in Gaza these days. Before this story enters into a loop, I flick it away with my thumb, making the stream move forward. Another image stops in front of me. Three young men on a desert road dance to Staying Alive by Bee Gees. Their faces look very familiar to me. But it’s not easy to see their faces. They are partially covered with helmets and their bodies are surrounded by military gear. They don’t sp
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Aos papeis, a fazer correr muita tinta

No dia de Reis, estiveram frente a frente na CNN Portugal duas estrelas. De um lado A.ventura, a agora decadente estrela dos debates Presidenciais 21. Do outro Rui Tavares, a estrela em ascendência dos debates S.bento 22. Os dois homens-estrelas têm em comum serem lideres de partidos que são quase pseudónimos de si próprios, sendo ambos partidos que aparecem nos boletins de voto escritos em letras maiúsculas. Para além destas 3 coincidências, o homem-CHEGA! e o homem-LIVRE não poderiam ser mais diferentes. O debate teve muitos 'pontos altos', quase todos da responsabilidade de Tavares, mas o comentador-de-cabelo-lambido da CNN destacou aquele em que A.ventura mostrou uma folha de papel de fotocópia em branco para ilustrar o trabalho legislativo do LIVRE no combate à corrupção . ‘Um grande momento de televisão’ disse Rui Calafate antes de se recostar na cadeira com ar de satisfação pelo momento de televisão que ele próprio tinha acabado de protagonizar. Este especialista em c

Lado a lado, a boa atriz e o candidato da extrema-direita

 Começaram os enfrentamentos entre os lideres de partidos concorrentes à Assembleia da República.  Participam os partidos que conseguiram eleger representação parlamentar nas eleições de 2019. Para sabermos quantos eventos estão planeados, basta dividirmos 362880 por 10080 e temos 36 frente-a-frentes de 25 minutos cada. Falta só multiplicar este número por um número ainda indeterminado de horas de debates entre comentadores televisivos e mais alguns milhares (milhões?) de linhas de postagens e comentários nas redes sociais. Há quem lhes chame debates, mas cada participante tem 12 minutos para falar, e outro tanto para olhar para quem fala, por isso há muito poucas oportunidades para diálogo. Felizmente as estações de televisão possuem recursos tecnológicos que lhes permitem dividir a tela em duas. Assim podemos ver a cabeça que fala lado a lado com as reações da cabeça que ouve. A cabeça que fala tem de o fazer muito depressa para dizer tudo o que tinha preparado para dizer. A cabeça q

Nós

Logo no início d este artigo , Miguel Sousa Tavares revela o grande equívoco que fundamenta o seu pensamento peçonhento sobre colonialidade. Num comentário lateral, MST critica o escritor Cabo-verdiano Mário Lúcio pelo seu ‘fraco uso desta extraordinária língua que lhe deixámos em herança’. Independentemente do que se ache sobre as qualidades literárias do texto ‘Como está-tua ex-celência? ‘, para MST o autor Cabo-verdiano escreve numa língua que a sua tribo herdou da ’nossa’ tribo. MST sente-se parte de um ‘nós’ especial, constituído pela história para avaliar o uso que ‘eles’ fazem do legado que ‘nós’ espalhámos pelo mundo. É como se hoje a língua pertencesse a Tavares mais do que pertence a Lúcio, tendo este de ter especial cuidado com a forma como a usa. Enebriado por imaginar-se nessa posição de autoridade, MST prossegue no seu tom habitual, demolindo tudo menos estátuas. E nem sequer repara MST na contradição em que cai poucas linhas depois. A história é nossa e não deles

the mortality of Gaia

To be aware of the mortality of Gaia, to grow up not only knowing that one is going to die, and that the Earth is going to die, but also that it might happen soon. I remember the feeling when I was told that the sun is growing and that in a few thousand years it will become impossible to live on Earth. a fw thousand years sounds scary enough. it feels foundational to one's cosmology. But to feel that the whole world might not last a century... Is this the fate of my children? or theirs, at best? PHOTO LINO MAGALHAES

Minute nods

Life in the city is made possible by a fragile web of mutual trust, though a filigree of unspoken pleasantries, and an intricate meshwork of altruistic gestures. A permanent exchange of mute interrogations and minute nods between strangers forms a complex language that ensures the common conditions for survival. Of course we can see bodies looking past other bodies, trying to walk though, overtake, get there before them, without knowing very well where exactly is there, or whether there is in fact a desired place, or if what there is to do there is actually what needs doing. But that is always what is emphasised when talking about the city, isn't it, the rat race. It's a gross version of urban metabolism in which life and its processes are reduced to competition between contained unities, as if one had just arrived from a rushed reading of the theory of evolution and had forgotten how life is sustained by a convuluted tangle of symbiotic connections with other animals, pla
Only white people are able to achieve the advanced level of abstract sophistication necessary to say that it is indifferent to have Macron or LePen as president.