É flora em cada
Esquina do meu corpo
Nascitura repentina
À flor da pele.
É espinho
De uma rosa
Ciosa da sua beleza
Assim sempre ansiosa
Atenta desde o rebento
Aos apêndices
Pontiagudos.
Estranho acontecimento
O aparecimento da espinha
Que aflora o corpo
Com ar de anúncio
De circulações poluentes
Lá paro os lados das entranhas.
Mais que uma nódoa
Em fino pano
A curta elevação
Por soar a outro ser
Representa
Maldição.
Mais do que um monte
De lixo orgânico
A espinha
Contem todas as coincidências
Que a elevam a estátua
Monumento de um castigo
Aplicado
No próprio nexo causal que a erigiu.
E a espinha assim qualificada
Ganha dimensão desproporcionada
Proporcionar-lhe-ei então
Estadia prolongada
Para que
Protegida
Não seja forçada
A reprodução incontida
Que torne inabitável
A pele que é chão
E ventre
Desta geração