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Heart of Stone

As the day gets up I follow the wavy lines of darkness that disappear into the stone. I try to imagine its heart and the colours yet to be revealed. Are there any colours inside the stone? How can there be colours if there is no light? The only way to look into the heart of a stone is to wait for its slow erosion. But as soon as it happens, as soon as its surface is scratched by water and hard rubbing, a new surface emerges and pushes the limits inside. Is there anything behind the mask? As soon as you peel it off the skin, the emerging layer becomes a new mask. Faces are masks. What's inside can only be imagined, dreamed of, fantasised.

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Em Boa Hora

Não que eu tenha vindo para o Brasil a banhos... Não que eu não estivesse já avisado para o frio outonal do planalto Curitibano. Aqui estamos a mil metros de altitude e a temperatura é muitas vezes 10 graus abaixo da das zonas ao nível do mar, mesmo as que ficam mais a Sul. Não que eu não soubesse já dos caprichos do clima desta região. Mas custou encarar. Depois de um fim de semana a derreter, felizmente na praia de Matinhos, e de um feriado de quarta-feira passado na água gelada de uma nascente aqui em Curitiba, na quinta-feira o céu decidiu desabar sobre a cidade. E ainda não parou. Nas primeiras horas ainda com tempo quente. Mas entretanto a temperatura desceu em queda livre e estou agora mais frio do que Londres... Mas, pensando bem, veio em boa hora esta oportunidade para ficar na minha, abrigado, sossegado, sem ceder a tentações cervejísticas, cachacísticas ou musicais. "Eu não quero sair, hoje eu vou ficar queto, não adianta insistir, eu não vou no boteco..." É melhor...

Nós

Logo no início d este artigo , Miguel Sousa Tavares revela o grande equívoco que fundamenta o seu pensamento peçonhento sobre colonialidade. Num comentário lateral, MST critica o escritor Cabo-verdiano Mário Lúcio pelo seu ‘fraco uso desta extraordinária língua que lhe deixámos em herança’. Independentemente do que se ache sobre as qualidades literárias do texto ‘Como está-tua ex-celência? ‘, para MST o autor Cabo-verdiano escreve numa língua que a sua tribo herdou da ’nossa’ tribo. MST sente-se parte de um ‘nós’ especial, constituído pela história para avaliar o uso que ‘eles’ fazem do legado que ‘nós’ espalhámos pelo mundo. É como se hoje a língua pertencesse a Tavares mais do que pertence a Lúcio, tendo este de ter especial cuidado com a forma como a usa. Enebriado por imaginar-se nessa posição de autoridade, MST prossegue no seu tom habitual, demolindo tudo menos estátuas. E nem sequer repara MST na contradição em que cai poucas linhas depois. A história é nossa e não deles ...

Rio, cidade do atrito.

Lentamente o rugido da cidade a acordar chega à cobertura do décimo primeiro andar na Lapa onde, faz poucas horas, adormeci. Sao nove da manhã e, apesar de hoje estar mais fresco, o calor instala-se no corpo até tornar o sono insuportável. Penso no meu primeiro açai de ontem, e na roda de samba do morro da Conceição junto da pedra do sal, na visita à comunidade da favela do Jacaré e na conversa com um velho desdentado e magro que se sentou na nossa mesa de um boteco na zona portuária e declamava Neruda e Fernando Pessoa. Parece que nada mais falta acontecer. Mas esta cidade parece que guarda surpresas a cada esquina. É um labirinto de cortinas finas que são sempre demasiado frágeis para conter a fricção entre camadas tectónicas que se esfregam sobre uma geografia natural louca produzindo energias brutais. É o que eu ouço aqui em cima: a cidade a deslocar-se lenta e perra, em fricção constante. Desde o acordar. Quando fui mergulhar no mar de Ipanema, faz dois dias, deparei-me com um e...