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Screen Vertigo

Here I am, on top of a building in Hong Kong facing three kids who hold a selfie stick. It's making me go vertigo big time. I feel it in my chest, alongside my admiration for the fact that their legs don’t tremble like mine. In a second the picture of my kids pops up just as I close the browser. And it’s another strong stream of emotions that flushes through my body. A body that is still sitting on the same chair in Caffe Nero.

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Em Boa Hora

Não que eu tenha vindo para o Brasil a banhos... Não que eu não estivesse já avisado para o frio outonal do planalto Curitibano. Aqui estamos a mil metros de altitude e a temperatura é muitas vezes 10 graus abaixo da das zonas ao nível do mar, mesmo as que ficam mais a Sul. Não que eu não soubesse já dos caprichos do clima desta região. Mas custou encarar. Depois de um fim de semana a derreter, felizmente na praia de Matinhos, e de um feriado de quarta-feira passado na água gelada de uma nascente aqui em Curitiba, na quinta-feira o céu decidiu desabar sobre a cidade. E ainda não parou. Nas primeiras horas ainda com tempo quente. Mas entretanto a temperatura desceu em queda livre e estou agora mais frio do que Londres... Mas, pensando bem, veio em boa hora esta oportunidade para ficar na minha, abrigado, sossegado, sem ceder a tentações cervejísticas, cachacísticas ou musicais. "Eu não quero sair, hoje eu vou ficar queto, não adianta insistir, eu não vou no boteco..." É melhor...

Nós

Logo no início d este artigo , Miguel Sousa Tavares revela o grande equívoco que fundamenta o seu pensamento peçonhento sobre colonialidade. Num comentário lateral, MST critica o escritor Cabo-verdiano Mário Lúcio pelo seu ‘fraco uso desta extraordinária língua que lhe deixámos em herança’. Independentemente do que se ache sobre as qualidades literárias do texto ‘Como está-tua ex-celência? ‘, para MST o autor Cabo-verdiano escreve numa língua que a sua tribo herdou da ’nossa’ tribo. MST sente-se parte de um ‘nós’ especial, constituído pela história para avaliar o uso que ‘eles’ fazem do legado que ‘nós’ espalhámos pelo mundo. É como se hoje a língua pertencesse a Tavares mais do que pertence a Lúcio, tendo este de ter especial cuidado com a forma como a usa. Enebriado por imaginar-se nessa posição de autoridade, MST prossegue no seu tom habitual, demolindo tudo menos estátuas. E nem sequer repara MST na contradição em que cai poucas linhas depois. A história é nossa e não deles ...

Rio, cidade do atrito.

Lentamente o rugido da cidade a acordar chega à cobertura do décimo primeiro andar na Lapa onde, faz poucas horas, adormeci. Sao nove da manhã e, apesar de hoje estar mais fresco, o calor instala-se no corpo até tornar o sono insuportável. Penso no meu primeiro açai de ontem, e na roda de samba do morro da Conceição junto da pedra do sal, na visita à comunidade da favela do Jacaré e na conversa com um velho desdentado e magro que se sentou na nossa mesa de um boteco na zona portuária e declamava Neruda e Fernando Pessoa. Parece que nada mais falta acontecer. Mas esta cidade parece que guarda surpresas a cada esquina. É um labirinto de cortinas finas que são sempre demasiado frágeis para conter a fricção entre camadas tectónicas que se esfregam sobre uma geografia natural louca produzindo energias brutais. É o que eu ouço aqui em cima: a cidade a deslocar-se lenta e perra, em fricção constante. Desde o acordar. Quando fui mergulhar no mar de Ipanema, faz dois dias, deparei-me com um e...